You have the responsability

ÉS O RESPONSÁVEL

És ensinado a andar, a aprender línguas, a conduzir um automóvel, a seguir uma profissão mas, o nosso sistema - penso ser um problema mundial - não nos ensina a ser donos da nossa mente, das nossas emoções. Conheces todas as ferramentas para construir um computador e as que te possibilitam administrar as tuas emoções, conheces?!

A escola ensina-nos a explorar o mundo externo a nós. Os nossos pais ensinam-nos que devemos lutar por um lugar no top, de sucesso e, até talvez de fama. Mas, ensinam-te a aceitares um não como uma alternativa ou uma lição para que da próxima passada tu possas ultrapassar os teus obstáculos internos?

A vida é curta. Hoje somos novos, amanhã já seremos velhos. Levamos uma vida de correria louca. Agarramo-nos a tantos afazeres sociais e esquecemo-nos de saber calar as nossas próprias lágrimas, não porque as castramos mas porque aprendemos a agradecer as lições que nos trazem. Tu tens medo de ser afectuoso ou afectuosa com os amigos porque talvez te possam julgar mal, talvez retirem aí uma segunda intenção. Não, não vivas apenas porque cá te colocaram para ser apenas mais um. Atreve-te! Faz a diferença! Mesmo que isso te custe lágrimas. Mesmo que sejas alvo de olhares descriminatórios e trocistas. Quem descrimina diminui os outros quem se sobrevaloriza diminui-se a si próprio. Para que saboreies o verdadeiro sabor da palavra SUCESSO deves aprender a lidar tão bem com os aplausos como com as vaias. Ousa, cria, corre riscos e cultiva o que amas. Tu és responsável por tudo o que tens e és neste mundo, em todos os níveis.

Limpa as lágrimas que já te molharam vezes sem conta, as que te afogam e não te deixam viver livre e olha para dentro de ti. O que vês? Podes até dizer-me, são estes problemas todos sociais. Estes pensamentos que não me abandonam, que me devoram a lucidez. Podes dizer-me, que o facto de seres muito sensível deixa-te por vezes perdido entre palavras que te rasgam o peito. E eu dir-te-ei. Tens alguma razão. É impossível parar o pensamento mas, podes sempre dominá-lo. É impossível livrares-te do teu ser emotivo mas podes ser dono das tuas emoções. Não acreditas? Isso quer dizer que és escravo dos teus pensamentos, dos teus medos das tuas emoções em geral. Nesse caso, nem o facto de ganhares o euromilhões te poderá fazer dono de ti mesmo. Apenas comprarás malgas disto ou daquilo mas, nunca saberás saborear a beleza de se perder no horizonte, consciente de que se pretende viajar na sua linha de forma sóbria, tal como um aprendiz observa o mestre a talhar a madeira ou outro qualquer ofício.

Numa coisa tens razão, ninguém domina totalmente o seu lado emocional, por muito que desenvolva o seu lado racional. Mas podemos sempre olhar para as emoções, mesmo que negativas como uma forma de dar um passo em frente, de ultrapassar obstáculos. Aprender a viver de forma positiva. Ultrapassando a dor com um sorriso de agradecimento porque aprendeste a lição que te enviaram para que cresças dentro de ti mesmo. Essa será sempre a emoção saudável. Aquela que é capaz de superar os inevitáveis momentos de ansiedade, as lágrimas caladas no sufôco do lamento. Aquela que se sente motivada a prosseguir tranquila, apesar dos balanços e a erguer-se equilibradamente para continuar positivamente estável, porque sabe que o território dos seus pensamentos e emoções é o seu maior tesouro. Infelizmente existe, também, a emoção doente. Aquela que se mantém negativista, mal-humorada, que adora chamar a atenção na voz do lamento e que se torna desprotegida, ansiosa e um alvo fácil para que qualquer problema a invada e fira. Depressa se enche de fobias, depressão, obcessão, pânico, doenças psicossomáticas, rigidez, insegurança e uma preocupação excessiva quanto ao rumo a tomar na vida ou com o que os outros pensam de si mesmo.

Se queres ser dono de ti mesmo. Viver com saúde no palco dos teus pensamentos e emoções deves saber que tens de ser capaz de chorar, tropeçar, ser tolo, ou inseguro mas, teres capacidade para refazer os teus caminhos, reconhecer os erros, e aprender a não ser escravo dos pensamentos ou emoções doentias. Eu sei, não há super-heróis. Os heróis não nos servem de nada porque ensinam-nos a morrer. Devemos seguir os modelos, esses ensinam-nos a viver. Os nossos modelos são os nossos avós, os nossos pais, os professores e, quem nos sabe amar pelo que somos e aceitar os nossos declives, indicando-nos uma via mais positiva, sem nos punir ou castrar com o medo. Conheço pessoas em meu redor, tanto a nível profissional, como social que são arrogantes, intolerantes e agressivas, julgando que isso as torna fortes, quando, inevitavelmente, apenas demonstram que são as mais frágeis no palco da vida. Porquê? Porque têm medo de subir e expôr-se nesse mesmo palco, de perdoar os outros e perdoar-se a si mesmo, chorar e reconhecer as suas falhas e limitações, sendo infelizes até que um dia, talvez um dia, possam aprender a descobrir que são tudo emoções válidas para aprender a ser e a crescer dentro de si mesmo.

Também conheço o género de pessoas que dizem, há isto é uma coisa genética que já herdei da família, são os empurrões sociais, o nosso ambiente educacional que está uma merda. Pode ser que tudo esteja errado nesses níveis mas tu, só tu tens a responsabilidade de ser o autor da tua história. Só tu podes querer ou não aprender a mudar e a crescer, deixando de ser vítima do ambiente, dos teus conflitos interiores e da tua carga genética. Não devemos permitir que seja natural ser deprimido porque o pai ou a mãe é deprimida. Não devemos ser obsessivos porque vivemos aprisionados em fobias e, por isso é-nos impossível recriar um oásis dentro de nós. Não devemos permitir continuar frustrados na vida adulta porque fomos traumatizados na infância porque só nós poderemos mudar o nosso rumo. Podemos resgatar o curso das nossas vidas tomando consciência de que tudo foi objecto de aprendizagem e crescimento. Todos nós podemos superar as feridas psíquicas e construir uma história inteligente, se assim o entendermos. Não é fácil, é verdade que não. Quem não consegue sozinho deve procurar ajuda própria. Mas deves saber que não devemos ser passivos, é preciso questionar-nos, enfrentar as fobias, antes que sejam sufocados pelas emoções, sem a possibilidade de uma reacção positiva. Não sejas submisso aos entulhos psíquicos, nem te deixes dominar por qualquer conflito emocional porque isso pode destuir tudo o que amamos e afectar o que queremos que seja uma qualidade de vida. O ser humanos é capaz de coisas extraordinárias como desenvolver a tecnologia como todo o poder que dela possa surgir mas, infelizmente deixa-se perder entre as pedras em que tropeçam o seu medo e mau humor. Lembra-te sempre, só tu és responsável pelo teu caminho, a tua própria história e conquistares a tua liberdade interior.

Uma vez um professor olhou para mim e disse-me: - estás sempre bem disposta, sempre pronta para ajudares os outros, sem stresses. O que te faz seres assim? Não acredito que não tenhas problemas. Todos nós os temos. Vêm os testes e todos se queixam enquanto tu sorris e fazes paródia da situação. Que tens, serás tu insensível? A adolescência é tão problemática e tu passas nos corredores a cantar, com um ar tão leve que assusta. Escondes alguma coisa? - Eu olhei serenamente o professor e disse-lhe: - Acha que os testes me deveriam deixar frustrada? Assim, como se o mundo fosse acabar? Então o que pensa dos milhares de meninos e meninas que morrem nesse mundo de fome? O que pensa das pessoas que são violadas física e psicológicamente? O que pensa das crianças que vivem em orfanatos sem conhecerem os próprios pais nem terem espaço para conhecerem um carinho, o amor? - Claro que o professor ficou abismado a observar o meu argumento. Então acabei por dizer-lhe: - Como poderei eu ser uma mãe preparada para enfrentar os infortúnios da vida. Como poderei educar alguém a enfrentar os seus próprios medos e aprender com eles se não souber lidar com os meus? Como poderei conquistar o mundo, nas suas várias vertentes vivacionais, se não tiver aprendido a conquistar o mundo que eu própria sou? - Desta forma calei o meu professor que nunca mais colocou em causa o facto de eu sorrir antes de entrar para um teste. Ou de nunca me sujeitar a pedir-lhe para me aumentar uma nota se soubesse que não o merecia. Mesmo que considerasse que merecia apenas lhe fazia uma pergunta: - A nota que me está a dar está a deixá-lo de consciência tranquila? Fazia esta pergunta sempre que alguém me perguntava que nota eu considerava que deveria ter e, ao contrário do que pensave me dissessem que a teria mais baixa, aceitando depois sem quaiqueres problemas a resposta que viria.

SÓ TU PODES SER RESPONSÁVEL PELO CAMINHO QUE ESCOLHERES NA TUA VIDA!

2006/11/12
M.R.F.